
Todos os dias fazemos parte da vida dos portugueses, seja com carne, fiambre ou salsichas. Por isso, sabemos que cuidar da saúde vai muito além da alimentação. Em 2025, voltamos a colocar a saúde mental como prioridade.
Em parceria com o Manicómio, lançamos uma nova edição da campanha “Izidoro O Mentalista”. Este ano, o foco está na relação entre adolescentes e pais — uma fase cheia de dúvidas, mudanças e emoções intensas, onde o diálogo pode fazer toda a diferença.
Em Portugal, 1 em cada 5 jovens apresenta sintomas de ansiedade ou depressão moderada a grave (DGS/Ordem dos Psicólogos). As doenças mentais são já a principal causa de perda de qualidade de vida entre os 5 e os 19 anos.
Perante estes números, queremos abrir espaço para conversas sem tabus, de forma leve e próxima, partilhando conselhos, dicas práticas e contactos úteis para quem vive momentos de angústia ou preocupação.


Esta campanha foi desenvolvida em parceria com a The Agência, da Associação Manicómio, com o objetivo de criar conteúdos diferentes e inspiradores sobre saúde mental. Para além disso, a Izidoro contribuiu também com um donativo para o projeto “Consultas Sem Paredes”, do Manicómio, reforçando o apoio direto a quem mais precisa.
Com o Manicómio, preparámos esta página com conselhos e informação prática para pais e adolescentes que estejam a viver momentos de angústia emocional ou dificuldades na relação familiar. A adolescência é uma fase de experimentação, erros, dúvidas e muitas mudanças, também hormonais, que podem influenciar comportamentos. Se te identificas com esta realidade, ou conheces alguém nessa situação, aqui encontras dicas, sugestões de conversa, contactos úteis e ainda informação da campanha anterior.
O Manicómio nasceu da experiência de mais de 20 anos em hospitais psiquiátricos e no mundo da arte, e desenvolve hoje projetos que unem arte, criatividade, transformação social e saúde mental.
Sabe mais em www.manicomio.pt


















GLOSSÁRIO DAS MAIORES PREOCUPAÇÕES
(PARA PAIS & ADOLESCENTES)
Pais e adolescentes muitas vezes parecem falar línguas diferentes. Essa falha na comunicação gera ansiedade, angústia e um efeito de bola de neve na relação. Entre o peso que os pais carregam pela segurança dos filhos e a busca incessante de autonomia dos jovens em descoberta, o Mentalista reuniu uma lista das maiores preocupações, para tornar o diálogo mais fácil, cultivar empatia e, sobretudo, desligar o complicómetro.

PREOCUPAÇÃO DOS PAIS:
Está seguro?
Tenho medo que ele(a) se magoe ou se
envolva em situações perigosas.
O QUE ACHAM OS ADOLESCENTES / FILHOS:
“Se não confiarem, nunca
vou aprender a cuidar de mim.”

Conversar sobre riscos de forma honesta, estabelecer limites claros mas justos, e envolver o adolescente na tomada de decisões.

PREOCUPAÇÃO DOS PAIS:
Anda a tomar drogas?
Beber álcool? Outro tipo de vícios?
O QUE ACHAM OS ADOLESCENTES / FILHOS:
Todo o mundo experimenta…
por que me julgam?

Informar sem censurar, explicar consequências reais, e criar um espaço seguro para discutir dúvidas sem medo de punição.

PREOCUPAÇÃO DOS PAIS:
Será que anda deprimido? Ou ansioso?
E se eu não der por nada?
O QUE ACHAM OS ADOLESCENTES / FILHOS:
Não querem ouvir, só querem consertar.

Validar sentimentos com frases como “Percebo que estás a sentir isto”, oferecer apoio, e mostrar que estará sempre lá para o que for necessário. Pedir ajuda não é sinal de que tem um problema grave ou que é diferente, mas sim de que quer tomar as rédeas da sua vida. É sinal de força para a mudança.

PREOCUPAÇÃO DOS PAIS:
Será que tem outra vida online?
Passa demasiado tempo ao telemóvel!
O QUE ACHAM OS ADOLESCENTES / FILHOS:
Só quero estar com os meus amigos
e divertir-me e relaxar. Vocês também
preferem o telemóvel ao diálogo.

Definir limites claros e coerentes, dialogar sobre segurança online, e mostrar interesse genuíno pelo que fazem nas redes. Encontrar tempo em família sem tecnologia e promover também a redução do seu uso nos adultos — liderar por exemplo.

PREOCUPAÇÃO DOS PAIS:
Ele/a não tem maturidade suficiente
para tomar decisões ou fazer
coisas sozinho/a!
O QUE ACHAM OS ADOLESCENTES / FILHOS:
Só quero fazer as minhas escolhas,
aprender com os meus erros e que confiem em mim.

Dar espaço para experimentação segura, apoiar decisões e discutir riscos sem impor medo.

PREOCUPAÇÃO DOS PAIS:
Não sei se estamos próximos, temo
que se afaste de mim. Ele/a não gosta
de nada do que faço.
O QUE ACHAM OS ADOLESCENTES / FILHOS:
Não me ouvem, só criticam. Não me dão espaço.

Praticar escuta ativa, perguntar antes de dar conselhos, e reservar momentos de conexão sem julgamentos. Entender que um adolescente é um adulto em construção e que precisa de espaço sem os pais para autoconhecimento.
Contatos úteis
para consultas e apoio
Recolhemos uma lista com alguns serviços locais e nacionais para ter acesso a serviços de saúde mental
(psicologia e/ou psiquiatria) gratuitos ou a preço reduzido:
Consultas sem Paredes
Lisboa & Cascais
Obs: 35€ / Preços reduzidos/ Gratuito até 4º escalão IRS Cascais
Website
E-mail núcleo maat
E-mail núcleo Beato
E-mail núcleo Cascais
Casa qui
Lisboa & Online
Obs: Serviço de consultas a preço social direcionado para a comunidade LGBTQIA+. Valor adaptado aos rendimentos.
Website
Email
Telefone: +351 960 081 111
Formulário para agendar consultas
Associação Casa Estrela do Mar
Lisboa & Online
Obs: Centro de psicoterapia e educação artística, recorre à expressão pelas artes como forma de promoção do desenvolvimento e integração social de cada indivíduo. Oferece terapia individual, de casal e familiar a partir de 30€ ou 40€ respetivamente. Valor adaptado aos rendimentos.
Website
Email
Telefone: +351 915 571 070, +351 935 227 526
Formulário para agendar consultas
Associação Olhar
Lisboa & Online
Obs: Disponibiliza consultas de psicologia a um preço social fixo de 35€. Tem também parcerias com psiquiatras que realizam consultas por 40€.
Website
Email
Formulário para agendar consultas
Telefone: +351 217 971 805 / +351 934 679 511
SOS Voz Amiga
Lisboa & Algarve
Website
Horário: Diariamente das 15:30 às 00:30
Telefone: +351 213 544 545, +351 912 802 669, +351 963 524
Conversa Amiga
Todo o país
Website
Horário: 15:00 – 22:00
Telefone: +351 808 237 327, +351 210 027 159
Vozes Amigas de Esperança de Portugal
Todo o país
Todo o país
Website
Horário: 16:00 – 22:00
Telefone: +351 222 030 707
Linha Nacional de Prevenção do Suicídio
Todo o país
Horário: 24h por dia
Telefone: 1411
SACOS CHEIOS
de orgulho
A Izidoro apoia o Manicómio na divulgação da sua nova linha de merchandising com as frases desenvolvidas para a campanha “O Mentalista”. Frases inspiradoras, leves e sem tabus, para usar sem vergonha!
Podes adquirir um saco ou outros materiais e produtos Manicómio


COMO (NÃO) FALAR
SOBRE SAÚDE MENTAL
Conselhos há muitos, mas nem todos são adequados para situações em que a pessoa que está ao nosso lado está em sofrimento. Apesar de termos as melhores intenções, por vezes, algumas palavras chegam para tirar o tapete a quem nos procura para desabafar. O Mentalista reuniu alguns dos “erros” mais comuns que cometemos quando na verdade procuramos ajudar:

ESTÁ TUDO
NA TUA CABEÇA!
O que pensamos e sentimos tem valor e importa.
Todas as pessoas experienciam o mundo de formas diferentes,
nenhuma é inválida só porque “está na cabeça” de uma pessoa só.
Experimenta antes dizer:
LAMENTO QUE ESTEJAS
A PASSAR POR ISSO.
COMO POSSO AJUDAR?

BOM,
PODIA SER PIOR!
Bem… e também podia ser melhor. Tentar comparar experiências
é inútil e injusto, além de adicionar um peso de julgamento e
culpa a alguém que já não estava bem.
Experimenta antes dizer:
O QUE É QUE TE AJUDA
A LIDAR COM ISTO?

NEM
PENSES NISSO!
Não penses num elefante cor-de-rosa. Funciona? Não. Além disso,
ignorar algo não o
faz desaparecer. Mas sentirmo-nos apoiados
enquanto lidamos com as coisas pode ajudar.
Experimenta antes dizer:
QUERES FALAR SOBRE ISSO
OU QUERES SÓ QUE FIQUE AQUI
CONTIGO?
E quando é comigo?
Será que sei reconhecer sinais de sofrimento?
Posso enfrentar este desafio a solo ou preciso dos outros?
Falar de saúde mental é falar de cuidado, cuidado às outras pessoas, sim, mas também cuidado a ti mesma/o.
Estas dicas só funcionam se vierem desse lugar. Ao contrário do que muitas pessoas acreditam,
a auto-compaixão é uma força muito mais eficaz para a motivação pessoal do que a auto-punição (é a ciência que o diz).
Agora, os básicos:
• Sono em dia;
• Alimentação equilibrada;
• Exercício físico.

O exercício físico pode ser tão ou mais eficaz que um antidepressivo?
“Exercício Físico para Depressão Grave: Manutenção de Benefício Terapêutico a 10 meses”
Presta atenção:
A ti. Como é que tu te sentes no teu dia-a-dia? Como é que a tua energia ou humor variam (por exemplo.
ao longo do ciclo menstrual)? O que é que te faz sentir feliz e o que é que te retira energia? Identificar como
te sentes ao longo do dia e as coisas que o influenciam permite-te reconhecer momentos em que precises de maior descanso ou maior contacto com pessoas próximas.
Soem os alarmes.
O que acontece, como te sentes e como te comportas quando não estás bem? Ficas mais irritável? Evitas convívio? Não consegues dormir ou dormes demais? Identificar os primeiros sinais de que não estás bem é fundamental para que possas agir atempadamente.
Abre a caixa de ferramentas:
O que é que te ajuda a sentir bem? Ir ao ginásio? Ligar a alguém? Caminhar na natureza? Pergunta-te o que fazes que te ajuda a sentires-te bem, a estar bem e a viver a vida da forma como a queres viver. Além de serem coisas que deves incluir no teu dia-a-dia, podes também activa-las em momentos em que não estejas tão bem.
É ok pedir ajuda:
Somos animais sociais, não é suposto carregarmos tudo sozinhos. Pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas de força, de coragem e de amor-próprio. Não há vergonha nenhuma nisso, muito pelo contrário! Além disso… estamos em 2024, fazer terapia é um orgulho!

Alguma informação adicional que necessites podes sempre enviar um e-mail para:
info@manicomio.pt